23 abril, 2007

Balconistas de serviço


Uma ilustre paciente deste blog fez uma pergunta que muito costuma inquietar as mulheres dadas a pé de dança e outras maroteiras noctívagas nos bares e discotecas que andam por aí. Perguntava ela, com a preocupação visível de quem se deixa transtornar com o fenómeno, por que raio é que os homens, quando chegam a um bar, se deixam atracar ao balcão, de copo não mão, e não largam dali para acompanhar a boa disposição meliante das companheiras e amigas?


A resposta, não sendo complexa, tem algumas variantes explicativas. Em primeiro lugar, há uma observação simples de fazer: Já reparou ailustre paciente que o balcão dos bares costuma estar povoado de uma espécie que dá pelo nome de "miúdas giras comó catano"? Esta espécie costuma agregar-se detrás de muitos balcões de vida nocturna por uma razão óbvia: é que as "miúdas giras comó catano" têm uma maior probabilidade de atrair o sexo oposto para o consumo de copos. Eu, se fosse dono de um bar, agiria da mesma maneira. Não se podem rejeitar as leis do mercado, e elas costumam privilegiar a beleza para ajudar a olear a "máquina do consumo".


A beleza feminina é, de facto, responsável por muitos adeptos do"balconismo". Mas não é o único. Outra explicação terá a ver com o factor "plateia". Encostados aos balcões, os homens observam e não se comprometem. Não participam do palco dos acontecimentos que se passa mais ao meio. Esse papel é desempenhado sem esforço (e até gosto) mais pelas mulheres, que se arranjam a rigor para se colocarem sob osholofotes da atenção… da plateia que está ao balcão.


Envergonhados ou engatatões, todos eles têm lugar na barra dos copos. Os primeiros olham em volta, de olhar escondido atrás da espuma da cerveja ou dos cubos de gelo de um whisky; os segundos sussurram ou gritam entre eles enquanto vagueiam os olhos em volta, à espera que alguém retribua com mais do que dois segundos de olhar.


Porque é que os homens são uma seca e não dançam e se divertem como elas? Basicamente, porque estão no lado oposto das mulheres mas com os mesmos objectivos; enquanto que eles se reservam e agem na segurança do balcão, elas exibem-se e gostam de esperar que aqueles que estão no balcão reparem. Os que já não estão ao balcão ou já repararam nelas ou já estão na fase seguinte. Isto se pensarmos que tudo na noite se trata de jogo de sedução.


O que não é totalmente verdade. Ou é?

Conversas de casa-de-banho


As sanitas são realmente um tópico interessante.
Depois de lançar o repto aqui no blog, fiz uma pequena sondagem.
A questão: “porque raios os homens não baixam o tampo (aro) da sanita?” levantou algumas reacções indignadas.


As vozes masculinas que, pelos vistos, tinham o caso já pensado, repetiram um argumento bastante racional. Se eles podem ter o trabalho de erguer o dito tampo, as mulheres deveriam, por uma lógica muito masculina, ter o trabalho de baixar o dito cujo.


Não posso negar a lógica. Mas como mulher, indo além da lógica, sei que o caso não se prende com a simples acção de subir e descer.
Caros homens, baixar o tampo da sanita é um acto de gentileza!
Sim, gentileza. Ter o cuidado de deixar como estava a sanita, denota uma preocupação pela parceira.


É um gesto tão simples e que pode evitar tantas tensões desnecessárias…
Sei que homem que se preze vai achar isto um perfeito disparate.
Quanto mais não seja, vão continuar a deixar a tampa levantada, até que a mulher desista de chatear a cabeça.


Portanto, esta questão tornou-se um campo de batalha na guerra da intimidade.
Resta saber se, com o continuar do impasse, a batalha não se estende a outras partes da casa!